Parte 1 | A Cronologia do Golpe e os Financiadores dos Atos Antidemocráticos





Nos últimos anos, o Brasil passou por um período de intensas tensões políticas e institucionais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou uma série de eventos que apontam para um plano de ruptura democrática e tentativa de golpe de Estado, iniciado em 2021 e liderado pelo então presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Este artigo traça a linha do tempo desses acontecimentos e destaca as empresas e pessoas acusadas de financiar os atos golpistas.

A Conspiração: Como Tudo Começou

Segundo a denúncia da PGR, março de 2021 marcou o início da articulação golpista. A anulação das condenações de Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o temor da derrota eleitoral de Bolsonaro em 2022. Diante desse cenário, o grupo bolsonarista começou a arquitetar ações para deslegitimar o processo eleitoral e evitar uma eventual alternância de poder.

Uma das estratégias adotadas foi a disseminação de desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Em julho de 2021, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo questionando a segurança do processo eleitoral e exaltando as Forças Armadas, preparando o terreno para uma narrativa golpista.

A Intensificação dos Ataques e a Mobilização Golpista

Nos meses seguintes, os discursos de Bolsonaro se tornaram mais agressivos, com ataques diretos ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em setembro de 2021, durante as comemorações do Dia da Independência, o então presidente afirmou que não acataria mais decisões do STF, confiando no apoio militar. Nos bastidores, seu grupo já estruturava um plano de fuga caso o golpe fracassasse.

Com a proximidade das eleições de 2022, os ataques ao sistema eleitoral se intensificaram. Em julho daquele ano, Bolsonaro convocou ministros para discutir o uso da força caso fosse necessário. No dia 18 do mesmo mês, o presidente reuniu embaixadores estrangeiros para alegar, sem provas, que as eleições seriam fraudadas.

No segundo turno, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou operações em estados onde Lula teve mais votos no primeiro turno, dificultando o acesso de eleitores às urnas. Mesmo com a vitória de Lula, os aliados de Bolsonaro seguiram questionando o resultado e incentivando protestos em frente a quartéis militares.

Tentativa de Golpe e Planos Extremistas

As investigações apontam que o núcleo golpista chegou a planejar a prisão do ministro Alexandre de Moraes e assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin e outras autoridades. O chamado plano "Punhal Verde-Amarelo" só não foi executado porque os articuladores não conseguiram apoio militar suficiente.

Após a posse de Lula, em janeiro de 2023, a esperança dos golpistas se concentrou nas manifestações de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. A ação, organizada e incentivada por bolsonaristas, foi amplamente condenada e resultou em prisões e processos judiciais.

Os Financiadores do Golpe

Além dos articuladores políticos, empresários e entidades também tiveram papel fundamental na tentativa de golpe. Segundo investigações, diversas pessoas físicas e jurídicas financiaram os atos antidemocráticos, incluindo transporte de manifestantes para Brasília e suporte logístico. Veja a lista dos acusados:







Pessoas Acusadas:

  1. Adailton Gomes Vidal, de São Paulo (SP)
  2. Ademir Luis Graeff, de Missal (PR)
  3. Adoilto Fernandes Coronel, de Maracaju (MS)
  4. Adriane de Casia Schmatz Hagemann, de Realeza (PR)
  5. Adriano Luis Cansi, de Cascavel (PR)
  6. Alethea Veruska, de São José dos Campos (SP)
  7. Amir Roberto El Dine, de Porto União (SC)
  8. Aparecida Solange Zanini, de Três Lagoas (MS)
  9. Bruno Marcos de Souza Campos, de Belo Horizonte (MG)
  10. Carlos Eduardo Oliveira, de São Pedro (SP)
  11. Cesar Pagatini, de Bento Gonçalves (RS)
  12. Claudia Reis de Andrade, de Juiz de Fora (MG)
  13. Daniela Bernardo Bussolotti, de Belo Horizonte (MG)
  14. Dyego Primolan Rocha, de Presidente Prudente (SP)
  15. Fernando José Ribeiro Casaca, de São Vicente (SP)
  16. Franciely Sulamita de Faria, de Nova Ponte (MG)
  17. Genival Jose da Silva, de Ribeirão Preto (SP)
  18. Hilma Schumacher, de Belo Horizonte (MG)
  19. Jasson Ferreira Lima, de Paracatu (MG)
  20. Jean Franco de Souza, de Mirassol (SP)
  21. João Carlos Baldan, de São José do Rio Preto (SP)
  22. Jorge Rodrigues Cunha, de Pilar do Sul (SP)
  23. José de Oliveira, de Bom Jesus dos Perdões (SP)
  24. José Roberto Bacarin, de Cianorte (PR)
  25. Josiany Duque Gomes Simas, de Cuiabá (MT)
  26. Leomar Schinemann, de Guarapuava (PR)
  27. Marcelo Panho, de Foz do Iguaçu (PR)
  28. Marcia Regina Rodrigues, de Ribeirão Preto (SP)
  29. Márcio Vinícius Carvalho Coelho, de Marília (SP)
  30. Marco Antonio de Souza, de Leme (SP)
  31. Marcos Oliveira Queiroz, de São Paulo (SP)
  32. Marlon Diego de Oliveira, de Tupã (SP)
  33. Michely Paiva Alves, de Limeira (SP)
  34. Monica Regina Antoniazi, de Piracicaba (SP)
  35. Nelma Barros Braga Perovani, de Piratininga (SP)
  36. Nelson Eufrosino, de Piratininga (SP)
  37. Pablo Henrique da Silva Santos, de Belo Horizonte (MG)
  38. Patricia dos Santos Alberto Lima, de Belo Horizonte (MG)
  39. Pedro Luis Kurunczi, de Londrina (PR)
  40. Rafael da Silva, de Catalão (GO);
  41. Rieny Munhoz Marcula, de Campinas (SP)
  42. Rosângela de Macedo Souza, de Riolândia (SP)
  43. Ruti Machado da Silva, de Nova Londrina (PR)
  44. Sandra Nunes de Aquino, de Sorocaba (SP)
  45. Sheila Mantovanni, de Mogi das Cruzes (SP)
  46. Stefanus Alexssandro Franca Nogueira, de Ponta Grossa (PR)
  47. Sulani da Luz Antunes Santos, de Vinhedo (SP)
  48. Terezinha de Fátima Issa da Silva, de Caxias do Sul (RS)
  49. Vanderson Alves Nunes, de Francisco Beltrão (PR)
  50. William Bonfim Norte, de Promissão (SP)
  51. Yres Guimarães, de Rio Verde (GO)
  52. Zilda Aparecida Dias, de Rio Claro (SP)

Empresas e Entidades Acusadas:

  1. Alves Transportes LTDA (TO)
  2. Associação Direita Cornélio Procópio (PR)
  3. Gran Brasil Viagens e Turismo LTDA (MG)
  4. Primavera Tur Transporte EIRELI (MT)
  5. RV da Silva Serviços Florestais LTDA (PR)
  6. Sindicato Rural de Castro (PR)
  7. Squad Viagens e Turismo LTDA (ES)

Conclusão

As investigações sobre a tentativa de golpe continuam revelando detalhes sobre a articulação e financiamento dos atos antidemocráticos. A lista de financiadores mostra que o golpe não foi apenas um movimento isolado de apoiadores, mas sim um plano organizado com suporte financeiro relevante. O Brasil segue em busca de responsabilização dos envolvidos, garantindo que a democracia prevaleça e que episódios como esse não se repitam no futuro.




FONTE: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-02/conheca-cronologia-da-tentativa-de-golpe-de-estado-segundo-pgr

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